segunda-feira, 23 de maio de 2011

COMERCIANTES DE RIBEIRÃO PRETO NÃO ESTÃO VENDENDO MAIS CHUMBINHO

Após matança de animais, lojas de Ribeirão Preto (SP) se recusam a vender chumbinho

22 de maio de 2011

Chacina: 48 animais foram mortos com chumbinho. Foto: Weber Sian / A Cidade
Depois da matança por envenenamento de 48 animais no último dia 8, no Morro do São Bento, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP), comerciantes com licença para vender veneno de rato, conhecido como chumbinho, se recusam a comercializar o produto. A reportagem do jornal A Cidade percorreu nove lojas em pontos diferentes da cidade, sem se identificar, e tentou adquirir o veneno, mas todos os comerciantes se negaram a vender.
No entanto, a Polícia Civil informou que algumas lojas de produtos agrícolas chegavam a prescrever receituários para efetuar a venda do Aldicarb, principal componente do chumbinho. Depois da matança, mesmo com indicação de pessoas que já haviam comprado o veneno anteriormente em lojas, os vendedores se recusaram a oferecer o veneno.
Alguns disseram que deixaram de vender o raticida há períodos que vão de um a cinco anos e outros disseram que, por lei, o produto é proibido e sempre há fiscalização. Um deles chegou a se irritar com o pedido de compra do veneno.
Orientação
O engenheiro agrônomo Osvaldo Chacarolli, da Casa da Agricultura, diz que o Aldicarb é um agrotóxico muito forte, usado nas plantações de batata, café, cana-de-açúcar e citros, e é produzido pela Bayer nos Estados Unidos. “Não há registro para usá-lo como raticida, mas muitas pessoas usam irregularmente.”
Ele explicou que o Aldicarb é vendido em embalagens grandes por um valor alto e que, além da receita para a compra, o produtor deve ter uma carteira certificada pela Bayer, que fabrica o produto. “Faz uns cinco anos que não vejo esse produto em Ribeirão, mas o quilo era vendido, na época, por uns R$ 900.”
Falta fiscalização sobre comércio
Os ministérios e secretarias estaduais da Saúde e da Agricultura, assim como a Fiscalização Geral  de Ribeirão Preto, foram questionados sobre o monitoramento da venda ilegal, mas todos informaram que não são responsáveis pela vigilância sobre o comércio de chumbinho.
A Polícia Civil informou que não fiscaliza a venda também, mas intervém quando o infrator falsifica uma marca, seja de veneno ou de outro produto. A Polícia Militar também não faz autuações de venda ilegal de chumbinho e informa que a responsabilidade desse tipo de monitoramento é da Vigilância Sanitária de cada município. Porém, o órgão foi consultado e também negou que faça esse tipo de fiscalização.
Fonte: A Cidade

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