quinta-feira, 26 de maio de 2011

CAÇA AO MELRO É LIBERADA EM PORTUGAL


Lei que permite caça à espécie de ave emblemática causa revolta em Portugal

25 de maio de 2011

Os caçadores vão poder matar, por dia, 40 melros, aves emblemáticas e até agora protegidas por lei em Portugal. A medida obviamente choca as associações de proteção animal.
Os ambientalistas acreditam que a inclusão do melro como espécie cinegética (de caça permitida), definida em portaria publicada no dia 7 de Abril, só pode ser engano. “Não faz o menor sentido, do ponto de vista técnico, considerar o melro uma espécie cinegética. Acreditamos que seja um erro”, diz Samuel Infante, da Quercus, esperando que o assunto seja “rapidamente resolvido”.
Foto: Divulgação
Carlos Cruz, da Liga de Protecção da Natureza, (LPN), compartilha da mesma opinião. “Só pode ser incompetência grave de alguém”, considera o ornitólogo, e questiona: “Como é que alguém vai disparar contra um melro? Os próximos serão os pardais?”
Jacinto Amaro, presidente da Fencaça diz que o interesse é usar os caçadores para acabar com uma praga de melros que, segundo ele, destrói produções frutícolas.
Porém ideia é, no entanto, completamente rejeitada pelos especialistas que alegam não existir dados conclusivos sobre a quantidades de melros em território nacional.
“Em primeiro lugar, não é aos caçadores que cabe o controle sanitário; em segundo, os melros são uma espécie comum, sim, estão bem distribuídos por todo o território, mas nenhum dado científico aponta para o seu aumento ou diminuição”, responde Helder Costa, autor do único estudo sobre este pássaro feito nos últimos anos em Portugal (publicado no Atlas das Aves, de 2008, pelo Instituto de Conservação da Natureza).
O ornitólogo e antigo presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) sublinha que “apenas daqui a alguns anos serão conhecidos os dados estatísticos relativos aos melros”, uma vez que o comportamento desses pássaros está sendo estudado pela entidade. Por isso, também critica a inclusão do melro no calendário de caça, considerando a decisão “estranhíssima”. A medida começa a ser aplicada já na próxima época de caça, no caso dos melros, de Novembro a Fevereiro.
Contactada pelo SOL, a AFN não prestou esclarecimentos. Entretanto, já começou a circular na internet uma petição pública contra a caça ao melro.
Com informações de SOL

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