terça-feira, 31 de maio de 2011

CONTRA O FOIE GRAS

Defensores fazem manifestação na França contra foie gras

30 de maio de 2011

Foto: AFP
Durante o protesto um dos membros da Associação Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais (PETA, da sigla em inglês) simulou cena de alimentação forçada, enquanto os manifestantes seguravam cartazes com frases como ‘gaiola + alimentação forçada = torturas’ e ‘um foie gras = uma ave torturada’.
O protesto nesta segunda (30) em Estrasburgo, na França, foi contra a produção do fígado gordo de pato ou ganso, o ‘foie gras’, uma das mais abjetas iguarias da culinária francesa.
Fonte: G1
O que é foie gras (fonte: Stopgavage)
O foie gras é o orgão doente dum ganso ou dum pato, engordado de maneira forçada, várias vezes por dia, com um tubo de metal de 20 a 30 centímetros enfiado na garganta até o estômago. Para obrigar o seu corpo a produzir o patê de fígado, a ave tem de engolir em somente alguns segundos uma tal quantidade de milho, que o fígado acaba por atingir praticamente dez vezes o seu tamanho normal, e desenvolve uma doença chamada esteatose hepática.
Debatendo-se quando o tubo é violentamente inserido na sua garganta, ou pela simples contracção do esófago provocada pela necessidade de vomitar, a ave arrisca-se a asfixiar e a se perfurar mortalmente o pescoço.
A introduçao do tubo provoca lesões no pescoço no qual se desenvolvem dolorosas inflamações e infecções. Esta desequilibrada superalimentação provoca frequentemente doenças no sistema digestivo, que podem ser mortais.
Pouco após este choque diário da engorda, a ave sofre imediatemente de diarreias e de arquejos. Para além disso, as dimensões do seu fígado hipertrofiado tornam a respiração difícil e o andamento doloroso.
Se este tratamento continuasse, provocaria a morte dos animais engordados. A matança chega a tempo de dissimular as consequências da engorda. Os mais fracos chegam muitas vezes à sala de matança jà moribundos, e outros tantos nem conseguem resistir até lá : a taxa de mortalidade dos patos é de dez a vinte vezes mais elevada durante o período de engorda.
Um concentrado de sofrimentos
Esta violência, inerente à produção do foie gras, justifica por si só a abolição do mesmo. Mas para a maioria destes animais o calvário não acaba com a brutalidade da engorda. Muitos são amputados de uma parte do seu bico, sem anestesia, com uma pinça ou com uma simples tesourada.
Na natureza, os patos passam a maior parte do tempo da sua vida na água. Mas, nestas criações, muitos encontram-se fechados em barracões e em gaiolas onde as suas patas se ferem por causa do chão feito de rede de arame. As gaiolas são tão pequenas que nem sequer se podem virar, muito menos pôr-se de pé ou estendar as asas. Entre os que resistem até ao dia da matança, muitos são os que partem ossos quando são transportados, manipulados e por fim pendurados de cabeça para baixo para serem electrocutados e sangrados. As patas, uma vez que produzem um fígado mais venoso que os machos, são, na maioria, trituradas vivas ou gaseadas pouco após o nascimento.
O prazer de alguns pago pelo sofrimento dos outros
Como é que o simples prazer que temos a comer o seu fígado pode justificar de fazer sofrer uma vida de miséria a um ser sensível que, como nós, ressente a dor e a angústia ? Será que o facto que seja de uma outra espécie que nós justifica de ficar surdo ao seu sofrimento e mudo face à imortalidade desta escravatura ?
Existem leis e regulamentos que protegem os animais contra tais sevícias e maus tratamentos. Estes textos ficam conxcientemente ignorados para os mais de 30 milhões dentre eles que, para a maioria em França, são utilizados cada ano para a pasta de fígado. Dizem-nos que « os sofrimentos necessários » são aceitáveis. Mas o consumo deste produto não apresenta qualquer carácter de necessidade. Nem mesmo os que lucram com este comércio ousam pretender tal coisa.
Enquanto que o preço ao quilo é cada vez mais baixo para o consumidor, o patê de fígado é um produto pago muito caro pelos animais cujo corpo, utilizado como uma máquina de produção, é intencionalmente adoecido.
O foie gras é também um produto cada vez mais custoso para a França, da qual dá a imagem dum povo retrógrado uma vez que vários outros países proibem a sua produção. Como é que se ainda se pode fazer passar por uma tradição de “bem viver” um costume que consiste em meter na garganta dum animal preso um funil ou uma seringa pneumática ?
A proibição do patê de fígado: rumo a uma ética da alimentação
Constatando que a produção de foie gras implica o desprezo dos interesses do animal para a sua producção:
Pedimos aos que engordam os gansos e os patos que deixem de praticar estes actos de mau trato. O facto de não terem qualquer intenção cruel para com os animais não reduz em nada o sofrimento que provocam.
Pedimos aos que lucram com o foie gras, sem qualquer consideração ética, que acabem com a sua participação neste comércio indecente.
Pedimos às autoridades científicas e veterinárias que se preocupam sinceramente com o bem-estar dos animais, que denunciem os métodos de produção do patê de fígado.
Pedimos à justiça que relembre as leis e os regulamentos que impõem um limite ao sofrimento que se pode infligir a um ser sensível, e que a produção de patê de figado é, por consequente, ilegal.
Pedimos aos nossos representantes que criem leis que proibam definitivamente este costume.
Enquanto consumidores determinados em pôr a ética em prática no nosso prato, e constatando que tais sofrimentos existem simplesmente para agradar ao nosso paladar, recusamo-nos a comprar e a consumir fígados doentes de animais torturados.
Assine o Manifesto para apoiar esta campanha

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