terça-feira, 31 de maio de 2011

SUCESSO DA GREVE DE FOME DE BEATRIZ MECHÉN NA ESPANHA

Após greve de fome de ativista, prefeitura aprova medidas contra sacrifício de animais

29 de maio de 2011

Por Danielle Bohnen (da Redação)
A prefeitura de Getafe, na Espanha, aprovou a nova cláusula para a “perrera* municipal”, que proíbe o sacrifício de animais doentes. A decisão em favor dos animais foi tomada depois de reunião com a ativista Beatriz Mechén, que estava em greve de fome desde o dia 26 de abril, conforme publicado pela ANDA.
Beatriz Menchén em greve de fome dentro de furgão, lutando pelos Direitos dos Animais. Foto: Reprodução/ El País
Depois da aprovação, que se deu na última dia 20, Beatriz saiu do furgão oficializando assim o fim de sua greve, para iniciar a exigência de “sacrifício zero”.
De 1997 a 2009, Beatriz Menchén foi a responsável pelo Centro de Proteção Animal de Getafe. Segundo ela, a nova empresa contrata pela prefeitura a fim de administrar  perrera, sacrificava 66,7% dos animais.
A princípio, a prefeitura de Getafe negou que estivessem acontecendo sacrifícios de animais, ainda que, no dia 16 de maio, tenha detectado “uma série de irregularidades administrativas e de controle”, de acordo com o Diário Vasco. Mesmo assim, o secretário de Meio Amiente, Ángel Bustos, assegurou que em 2011, nenhum cão foi sacrificado.
A presidenta da Federação de Associações Protetoras de Animais da Comunidade de Madrir (FAPAM), Matilde Cubillo, disse à EFE que a cláusula aprovada em Getafe é pioneira na região e na maior parte da Epanha, já que era aplicada em apenas alguns municípios da Cataluña.
A Greve
Beatriz Menchén, ativista e protetora dos animais, esteve à frente da administração da perrera de Getafe por 14 anos. Ali, ela promoveu companhas importantes para os Direitos dos Animais, como castrações, adoções, tratamentos para doenças, resgates de animais abandonados e vítimas de maus-tratos.
No ano passado a prefeitura decidiu passar a administração do local a uma empresa provada, chamada Vetmovil, denunciada por Menchén por matar dois de cada três animais resgatados.
Menchén tinha como único objetivo o fim dos sacrifícios na perrera. Foto: Divulgação
Em protesto contra a atitude da prefeitura e a atividade cruel da empresa, Menchén entrou em greve de fome desde o dia 16 de abril. A ativista se instalou com um furgão em frente à perrera, onde sua única janela para o mundo, era o seu Blog. Ali, a ativista manteve ativistas do mundo inteiro com os olhos voltados sobre os acontecimentos a respeito do caso e de sua saúde.
Aos 17 dias de greve, Beatriz Menchén foi hospitalizada por queda de glicose e potássio. Mesmo assim, não deixou sua greve até a prefeitura tomar uma decisão a favor dos animais e a perrera passar a funcionar de acordo com os critérios de proteção animal. Já que nesse momento a prefeitura havia prometido cumprir com as exigências, mas ainda não tinha colocado nada em prática.
“Tive uma taquicardia, queda de glicose e potássio, por isso me levaram de ambulância ao hospital. Lá disseram também que tinha o fígado inchado e estava desidratada. Passei a noite toda tomando soro na veia”, explica.
De acordo com Menchén “a prefeitura não parava de mentir. Não se concentravam nas questões de proteção animal e da retirada da Vetmovil da administração”.
Fim da greve com a aprovação da cláusula de defesa dos animais assinada pelo prefeito da cidade. Foto: Reprodução
A ativista prometeu terminar com a greve assim que a prefeitura aceitasse todos os critérios de proteção animal da cláusula e que não mudassem nem um dos termos. Prometeram que assim o fariam, “porém, na realidade, haviam retirado todos os critérios de proteção. A decepção foi total”.
Matilde Cubillo, afirmou que a prefeitura deu uma entrevista coletiva afirmando que a proposta estava aprovada e a greve poderia terminar. “Porém, quando nos mandaram a cláusula, vimos que haviam mudado coisas muito importantes, com as quais queriam nos enganar. Havia pontos ilegais, pois a ata assinada pelo prefeito não corresponde com o expediente”.
Cubillo desmentiu também os boatos de que Beatriz Menchén queria seu emprego de volta. “A única coisa que ela quer é que os animais não sejam sacrificados”.
De acordo com o jornal La Vanguardia, o secretário Angel Bustos, disse que aprovariam “o que eles quisessem, estamos dispostos a incorporar todas as propostas, pois o importante é a saúde de Beatriz. Buscamos um acordo e uma saída. O que não podíamos fazer era assinar de olhos fechados, pois temos que respeitar a legalidade e os procedimentos”.
Assim que a prefeitura assinou o documento com todos os critérios de proteção animal exigidos pelas associações protetoras, Beatriz Menchén cumpriu sua palavra e terminou a greve.
Confira no vídeo abaixo o momento em que a ativista Beatriz Menchén saiu do furgão e foi aclamada por sua coragem.
* Como são conhecidos vulgarmente os canis municipais nos países de língua espanhola

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