quarta-feira, 25 de maio de 2011

O ASSASSINATO DOS BOTOS NA AMAZÔNIA


Morte de botos no Amazonas aumenta preocupação de órgãos ambientais

25 de maio de 2011

Morte dos botos é para transformar a carne do animal em isca da piratinga, também conhecida como douradinha
Boto abatido no último sábado (21) no rio Negro, próximo a Cacau Pirêra. Corpo do animal foi levado para o Inpa. Foto: Marcelo Cadilhe
O flagrante de morte de botos no último sábado (21) na área do rio Negro, nas proximidades de Manaus (AM), deu o sinal de alerta aos fiscais do Batalhão Ambiental e do Ibama.
Até então, esta prática era mais comum na área do médio e do alto Solimões, no Amazonas.
A carne do boto (tanto o cor de rosa ou vermelho quanto o cinza, também conhecido como tucuxi) não é comestível. Ela é utilizada como isca do peixe piracatinga, que no mercado consumidor local e nacional e no exterior recebe o nome de douradinha.
Em Manaus, o consumo da douradinha tende a crescer. O peixe é vendido em supermercados e estabelecimentos especializados.
Segundo dados do Ibama, muita gente não sabe que a douradinha (ou douradinho) é, na realidade, a piracatinga.
O oficial de operações do comando de policiamento do Batalhão Ambiental, Major PM Miguel Marinho, disse que o órgão vai ampliar a fiscalização, desde a calha do rio Solimões até os furos do rio Negro.
“Para nós foi uma surpresa encontrar uma situação dessas (abate) aqui no rio Negro. Isso precisa ser averiguado. Vamos fazer rastreamento desta cadeia, descobrir quem é abastecido pela carne do boto e depois pela pesca da piratinga. Se os pescadores estão cometendo esse crime é porque estão sendo estimulados”, disse Marinho.
Segundo Mário Lúcio Reis, superintendente do Ibama no Amazonas, foi a primeira vez que se teve notícias de morte de botos nas proximidades de Manaus.
“Se isto vem acontecendo é porque temos demanda para a carne do boto”, disse Mário Lúcio, referindo ao aumento da pesca da douradinha.
Como a venda do peixe não é proibida, resta ao Ibama, segundo Mário Lúcio Reis, intensificar a fiscalização, mas também mobilizar os ribeirinhos e comunidades próximas às calhas para denunciar essa prática.
No último sábado, um grupo de pescadores foi flagrado cercando oito botos em uma área próximo ao distrito de Cacau Pirêra, no município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus).
Dois dos botos chegaram a ser atingidos por arpões. Um deles morreu. Outro foi solto das redes pelos policiais do Batalhão Ambiental. Os pescadores receberam multa de R$ 500 e o barco apreendido.
Fonte: A Crítica

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