terça-feira, 31 de maio de 2011

PROJETO ATROPELAMENTOS DA FAUNA SILVESTRE NO RS

Estudo de atropelamento de fauna tem continuidade no RS

29 de maio de 2011

A pesquisa do projeto “Atropelamentos da Fauna Silvestre na Esec/Taim: Impacto da rodovia BR-471″ , iniciada no ano passado pela administração da Estação Ecológica (Esec) do Taim tem continuidade este ano. O projeto, cujo objetivo é buscar formas de minimizar o impacto da BR-471 na unidade de conservação, teve sua segunda fase aprovada pelo Instituto Chico Mendes para a Biodiversidade (ICMBio).
Foto: Fábio Dutra/ JA
Conforme o chefe da Esec, Henrique Horn Ilha, o ICMBio abriu edital de concorrência interna para definir aplicação de recursos e entre as 300 unidades de conservação existentes no Brasil, dez propostas de pesquisas foram aprovadas, entre as quais a de atropelamento da fauna da Esec/Taim (RS).
No ano passado, o projeto consistiu na realização, ao longo do ano, de levantamento quinzenal do número e espécies de animais mortos na estrada, tamanho e locais dos atropelamentos. A intenção foi analisar quais os animais que são atropelados, o período do ano em que mais ocorrem os atropelamentos e com que frequência. Foram registrados 568 animais mortos por atropelamento, sendo a maioria capivaras.
Este ano, além da continuidade deste levantamento, que é semanal, também é feita a contagem de veículos que trafegam pela rodovia. Outra atividade desta pesquisa, a ser iniciada em junho, será o controle da efetividade dos túneis construídos sob a rodovia para possibilitar a passagem dos animais de um lado para o outro da unidade de conservação sem cruzar a pista.
Ao todo, nos 15 quilômetros que a rodovia atravessa a estação ecológica foram construídos 19 túneis, sendo nove no trecho da área central da unidade, onde ela é cortada pela BR-471 dos dois lados. Agora, dentro deste projeto, serão instaladas armadilhas fotográficas (câmeras) nos túneis para verificar se eles funcionam para o fim a que se destinam.
A ideia é avaliar como eles funcionam, se estão sendo bem utilizados, se todas as espécies estão usando-os ou se apenas algumas. Ilha diz que há indicações de que eles não são muito usados, que há problemas neles, mas sem dados confiáveis.
A intenção é verificar a realidade do funcionamento deles e quais os problemas existentes. Pode ocorrer de eles serem mais usados por espécies territorialistas ou de vegetais taparem um dos acessos e os animais, por não conseguirem ver a luz do outro lado, terem receio de passar. “Já foi percebido que as capivaras gostam de passar por eles”.
O telamento em parte das margens da rodovia mostrou-se uma medida eficaz e vai ser recuperado em breve, porém abrangerá dois terços do trecho que corta a estação. Na área central não tem telamento e nem será colocado na obra de recuperação porque não está previsto no projeto.
Ilha falou que o Ibama está trabalhando no processo de licenciamento ambiental da BR-471, já encaminhou o termo de referência para a Esec e está agendando audiências para discussão do licenciamento. A ideia é que seja apresentado o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e que na licença sejam orientadas diversas medidas compensatórias e de redução do impacto da rodovia, o que pode incluir maior uso do telamento.
O projeto “Atropelamentos da Fauna Silvestre na Esec/Taim: Impacto da rodovia BR-471″ é financiado pelo ICMBio e tem, em sua execução, a participação da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e do Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros, Lagunares e Estuarinos (Ceperg) do ICMBio.
Fonte: Jornal Agora

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