SITUAÇÃO CRÍTICA DOS ANIMAIS EM CANIS DE PORTUGAL

Situação dos animais em canil de Portugal é muito grave

23 de maio de 2011

O presidente do Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), de Portugal, denunciou hoje, no Porto, “a situação lamentável” em que se encontram os animais, não só no Canil Municipal da cidade como noutros de norte a sul do país.

Paulo Borges considerou lamentável a ausência de dados sobre o número de mortes de animais saudáveis. Foto: Pedro Cunha

“Os animais estão acorrentados em espaços exíguos, muitas vezes têm de fazer as  fezes e urinar no próprio local onde bebem e onde comem”, lamentou Paulo Borges, no Canil Municipal do Porto.

Em declarações à Lusa, o dirigente do PAN considerou “lamentável” a não existência de dados concretos e atuais sobre o número de mortes de animais saudáveis.

“Os únicos dados existentes são os de 2006, quando na sequência de uma petição de cidadãos, o Parlamento exigiu a todas as câmaras municipais que apresentassem dados concretos sobre esta realidade. Aqui no Porto, havia três mil assassinatos de animais saudáveis por ano. Pensamos que o número se mantém ou, até, tenha aumentado”, sustentou.

Paulo Borges entende que “isto é ainda mais lamentável, por ser um mau negócio”.

“Seria muito menos dispendioso promover uma política de esterilização desses animais do que uma política de abate. Para serem mortos é lhes administrada uma substância que custa 16 euros, o mesmo que custa a esterilização. Poupava-se 40 euros, que é quanto custa a incineração”, acrescentou.

Também o cabeça de lista pelo círculo eleitoral do Porto, Jorge Ribeiro, denunciou a “situação vergonhosa” em que se encontram os animais no Canil Municipal do Porto.

“Têm gatos e cães lá dentro, mas ao nível dos gatos as condições são miseráveis, não veem a luz do dia, têm um espaço exíguo e o que mais nos preocupa é que não haja uma solução a longo prazo. Pelos vistos, a única solução que existe e vai continuar a existir é a do abate. Recolher e abater”, lamentou.

Um dos objetivos da campanha do PAN é “despertar as mentalidades e as sensibilidades para questões que estão menos presentes nas preocupações politicas nacionais”, disse o presidente do partido.

“As grandes questões do mundo contemporâneo não se limitam a questões econômicas e financeiras. Nós pensamos que esta crise é devida a uma crise mais funda, que tem a ver com valores”, acrescentou.

Fonte: Público