Expedição busca vestígios de onças pintadas no Paraná
03 de maio de 2011

Imagem de onça pintada é capturada por armadilha fotográfica deixada em floresta do Paraná (Foto: Biosphere Expeditions)
“A integridade de uma floresta não se dá apenas pelas plantas, mas pela integração entre as espécies. Se uma espécie-chave da floresta desaparece, vai junto como uma reação em cadeia outras espécies também, inclusive plantas”, disse o biólogo Marcelo Mazzolli que participa da expedição.
Acredita-se que existam apenas 240 onças-pintadas na região da Mata Atlântica costeira, que vai do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo.
O biólogo Marcelo Mazzolli explica que o habitat destes animais além de encolher ao longo dos anos, se transformou em pequenas áreas isoladas, sem conexões com outras localidades. “Os animais estão em áreas isoladas, sem a possibilidade de fazer migrações”, disse. Nos últimos 10 anos, ocorreu o desaparecimento da espécie na Mata Atlântica costeira do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Entre as causas está a caça tanto do felino quanto de outras espécies de animais.
“O meu sonho é que este animal chegue de novo à Santa Catarina pela Serra do Mar”, disse o biólogo. O sonho em questão é que o chamado “corredor do tigre” – que liga áreas preservadas nos três estados do Sul – volte a existir e as áreas possam ser conectadas para que as onças não fiquem isoladas. Um dos resultados do isolamento é o endo-cruzamento, ou cruzamento entre indivíduos geneticamente muito próximos, com grau de parentesco, o que pode ocasionar a inviabilidade dos descendentes.
A expectativa é que existam apenas quatro animais na região paranaense estudada, que cobre o Parque Nacional de Saint-Hilaire Lange e a área de preservação ambiental de Guaratuba. Isto porque de acordo com dados do animal no Pantanal, calcula-se que cada onça-pintada necessite de cerca de 17 mil hectares. O animal de grande porte precisa de grandes distâncias para se locomover e animais de grande porte, como queixadas, para se alimentar.
Ainda assim, comparada com outras áreas do sul do país, a região paranaense é ocupada por diversas espécies raras que atestam tratar-se de um dos melhores remanescentes da Serra do Mar. De acordo com os cientistas esse é um dos poucos locais onde as antas são registradas facilmente, além de grupos de porcos-do-mato e da jacutinga, ave endêmica da Mata Atlântica que, desapareceram de grandes extensões de sua distribuição original e encontra-se atualmente isolada em poucas áreas da floresta.
Com informações do Último Segundo
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