sexta-feira, 3 de junho de 2011

CASO STAR

Veterinários comentam caso de cadela que sobreviveu a tiros

01 de junho de 2011




Repercute, desde a última sexta-feira (27), na imprensa mundial, o caso da cachorrinha Star, que, segundo informações oficiais, sobreviveu a um ato de extrema crueldade. Na cidade de Birzebbuga, em Malta, ela teria sobrevivido após levar 40 tiros de chumbinho na região da cabeça e ter sido amarrada e enterrada viva. Conforme publicado pela ANDA.
Quando foi encontrada pela polícia, por conta dos uivos, ela estava com o bico para fora da terra. O acontecido mobilizou a opinião pública local. O alarmante fato fez de Star um símbolo da luta no país por leis mais rigorosas contra as agressões aos animais, e população planeja uma manifestação no próximo dia 4, na capital Valletta.
Ainda que seja muito emocionante a sobrevivência do animal e positiva a mobilização, para veterinários especialistas o caso, tal como foi divulgado, só pode ter sido obra de um milagre.
Reprodução/Daily Mail
Segundo Alexandre Sano, diretor da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária, as informações repassadas pelo governo de Malta são muito imprecisas para avaliar como Star escapou.
“Nunca vi nada parecido com este caso. Acho estranho, pois não há nem espaço para 40 balas de revólver no crânio do animal. Aí está a grande questão, mesmo tratando-se de disparos de baixo calibre”, como dizem.
Sano não chega a duvidar completamente, dizendo que há casos de cães que sobreviveram a tiros na cabeça. As chances de recuperação existem quando a bala fica alojada no cérebro sem ter atingido nenhum vaso importante, vital, ou mesmo um vaso secundário.
“Eu precisaria de mais dados técnicos para analisar. Mas, na medicina, topamos com acontecimentos incríveis às vezes. Veja que ironia, um animal sobrevive a tamanha crueldade, enquanto tem gente que vai parar na UTI por causa de um acidente com uma espingarda de chumbinho”.
As fotos e vídeos da cachorrinha que circulam por aí realmente mostram que ela tem um ferimento na cabeça, mas Sano acha que o estrago é pouco para o número de disparos. Ele supõe que tenham sido encontrados os cartuchos no local, mas que nem todos os tiros atingiram o animal.
“A gravidade de se levar 40 tiros na cabeça teria, no mínimo, despedaçado o crânio do animal. E ela não estaria, uma semana depois, em pé, sem sequelas. Mas penso que, por mais que estas informações tenham sido divulgadas de forma leviana, sem detalhamento técnico, Star sofreu algo assustador e acho bom que a história mobilize a opinião pública”.
A veterinária Kelly Sanches Matilde, do Hospital Sena Madureira, também não coloca a mão no fogo pelo caso. Ela acha improvável a sobrevivência, quanto mais uma recuperação tão rápida.
“Eu já consideraria milagre se um humano escapasse de um tiro na cabeça, porque é possível, porém é preciso muita sorte, quanto mais um cachorro, considerando o tamanho do crânio e a quantidade de tiros”.
Para os defensores dos direitos dos animais, as dúvidas sobre os detalhes dos dados clínicos não fazem diferença. Mais de sete mil seguidores já participam na página dedicada a Star no Facebook, onde uma petição é divulgada em nome de leis mais rígidas de proteção animal.
Além de Star, a instituição Malta Welfare Department acolhe outros 110 cães que sofreram maus tratos e aguardam adoção.
Assista ao vídeo.
Fonte: R7

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