quinta-feira, 30 de junho de 2011

A TRISTE REALIDADE DAS RINHAS

Conheça a triste e cruel realidade sofrida pelos cães explorados para rinhas

30 de junho de 2011




Por Natalia Cesana  (da Redação)
Cão resgatado das rinhas se recupera dos traumas (Foto: Candice Chaplain)
Organizações de proteção aos animais denunciam que cirurgias grosseiras são apenas uma das muitas práticas cruéis do submundo das rinhas de cães. Pessoas que usam seus próprios cães nestas brigas geralmente recorrem a cirurgias caseiras e improvisadas para, por exemplo, cortar as pontas das orelhas, segundo informou o jornal sul africano Cape Argus.
O veterinário chefe da Sociedade Internacional de Prevenção à Crueldade contra Animais (SPCA), Kukie Harris, afirma que esses procedimentos, que normalmente são realizados por pessoas sem qualificação técnica, trazem sérias complicações ao cachorro. Além do sofrimento e dor extrema, porque não é usada anestesia, o cachorro pode perder sangue e até morrer. O uso de equipamentos que não foram esterilizados pode ainda trazer infecções, prolongando ainda mais a dor.
Liam Bebbington, do Hospital Veterinário da Cruz Azul, acredita que as orelhas são cortadas para que o cachorro explorado para lutar tenha menos chances de ser ferido. Ele diz ainda que os cachorros são levados ao veterinário em último caso, apenas quando os tutores não são capazes de tratar os ferimentos provocados após as brigas.
“A maioria dos cachorros fica sob os cuidados de seus tutores, porque uma ida ao veterinário certamente resultaria numa denúncia de maus-tratos. Eu ficaria preocupado se um pitbull, por exemplo, chegasse a mim com mordidas por todo o corpo e por um tutor não muito preocupado emocionalmente”, disse Bebbington.
Cortes de orelhas e da cauda foram banidos como práticas ilegais, exceto na presença de condições médicas. De acordo com o Conselho Veterinário da África do Sul, as leis de proteção ao animal determinam que qualquer um que esteja envolvido em rinha de cachorros pode ser acusado criminalmente.
O diretor executiva da SPCA, Allan Perrins, explica que esses cães são submetidos pelos próprios tutores a um cruel treinamento de preparação para os confrontos. Isso inclui acorrentá-los em esteiras e fazê-los correr por até cinco horas.
Segundo Perrins, o processo de treinamento para que o cão se torne um lutador começa no momento em que o filhotinho abre os olhos. Uma vara com penas conhecida como “flirt” é usada para testar a agressividade dos cachorros. Esta vara foi substituída depois por outros animais vivos, como gatos e cachorros menores. O director da SPCA diz ainda que os cães são colocados para brigar uns com os outros em covas fundas, que podem ser, muitas vezes, piscinas vazias.
“Quando o animal fica muito ferido ou perde as competições, seus tutores os matam.” Perrins ainda denuncia que uma figura conhecida deste meio é alguém apelidado de “Martelo”, devido à forma como matou seu “cão perdedor”.
Os pitbulls são muito usados em rinhas e, por isso, adquiriram uma má reputação. Mas as pessoas em vez de condenar a raça, deveriam condenar o ato.
A SPCA tem trabalhado para reprimir esta prática, mas se infiltrar neste círculo é difícil. De qualquer forma, desde abril do ano passado, a entidade recebeu 82 denúncias de rinhas e 18 cachorros foram resgatados.
Marge Kruyt, representante da Sociedade Emma de Resgate de Animais, explica que a reabilitação destes cães é difícil. Eles geralmente atacam quem tenta resgatá-los. “Sempre vemos cães inocentes sendo vítimas desta prática. Eles ficam tão comprometidos e tão agressivos que você não consegue mais socializá-los”, diz.

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