quarta-feira, 29 de junho de 2011

ZOO DA MALÁSIA É FECHADO

Palco de crueldade contra animais, zoológico na Malásia é fechado

Jun 22, 2011
Leão em jaula minúscula, no Zoológico Saleng
Funcionários do governo deram início à remoção de animais selvagens mantidos em cativeiro no Zoológico Saleng, em Johor, na Malásia. Antes, eles eram submetidos a péssimas condições de vida. O Governo Malaio decidiu encerrar as atividades do zoológico depois de deixarem, por diversas vezes, de atender aos padrões básicos de bem-estar animal - hoje obrigatórios pela legislação local.
A WSPA ajudou a financiar a coalizão myZOO (um grupo de ONGs atuantes no combate às péssimas condições de vida dos animais nos zoológicos da Malásia) no ano passado, e festejou a notícia. Chris Gee, Gerente de Programas de Assistência a Animais Silvestres da WSPA, afirmou: “A WSPA parabeniza o Governo Malaio por ter tomado uma atitude rigorosa contra zoológicos que não dispensam os cuidados adequados aos seus animais. Esse zoológico não atendeu aos padrões nacionais, regionais e internacionais de bem-estar em muitas ocasiões e, obviamente, também deixou de dar sua contribuição para a preservação animal ou para a educação sobre o assunto”.

Animais confiscados pelo governo

O Departamento Malaio de Assistência a Animais Silvestres e de Parques Nacionais (PERHILITAN) iniciou a remoção dos animais no dia 20 de junho. O zoológico possuía 60 animais, incluindo ursos, felinos de grande porte, cobras e crocodilos, e foi alvo de inúmeras queixas para as autoridades locais. A licença de funcionamento do zoológico também foi revogada. Os animais estão sendo aos poucos retirados e transportados para outros zoológicos que observem padrões mais elevados de bem-estar animal, como o Zoológico Malacca e a área de proteção conhecida como Paya Indah Wetlands.
Pouco antes da ação desencadeada pelo PERHILITAN, a myZOO já havia enviado um documento ao governo, no qual foi destacado que o Zoológico Saleng de fato deixava de atender aos padrões básicos de bem-estar animal e que, ao longo dos últimos anos, a organização havia coletado provas de negligência grave e de sofrimento imposto aos animais naquele local.
A myZOO afirmou ainda que, diante do grande número de animais e da falta de espaço para  expansão, seria difícil promover uma melhoria nas instalações, razão pela qual sugeriu o fechamento do estabelecimento.

Para a Malásia os animais importam

Dois filhotes de macacos em uma jaula
Essa ação foi possível graças à primeira Lei sobre Bem-Estar de Animais de Zoológico na Malásia, que entrou em vigor há um ano. Essa mesma lei foi resultado de uma votação dirigida pelo Chefe de Estado Malaio, o Sultão Mirzan Zainal Abidin, em 2008, para estimular uma melhoria nos padrões de bem-estar de todos os animais da Malásia, em adesão à Campanha da WSPA pela DUBEA - Declaração Universal de Bem-Estar Animal. A DUBEA se destina à promoção dos padrões de bem-estar animal, e já conta hoje  com mais de 2 milhões de signatários, incluindo entidades governamentais do mundo inteiro.
Porém, para Chris Gree, este é só o começo: “Embora esse seja um passo inicial significativo, há muito mais animais em condições abaixo dos padrões vivendo em zoológicos espalhados pela Malásia e pelo mundo, e necessitando de auxílio em caráter de urgência. A WSPA agradece às ONGs locais e, em particular, à coalizão myZOO, além da sociedade malaia por mostrar, junto ao seu governo, uma preocupação com o bem-estar dos animais de zoológico.”
Enquanto isso, cinco crocodilos já confiscados do Zoológico Saleng foram entregues à Paya Indah Wetlands (área de preservação), e, de acordo com a equipe do PERHILITAN, os animais não apresentaram qualquer sinal de estresse no novo ambiente em que se encontram.

No Brasil, o chimpanzé Jimmy aguarda remoção

Já no Brasil, o Zoológico de Niterói vive uma situação parecida. Diversos animais já foram removidos pelo Ibama, por não estarem em condições adequadas. As negociações estão em andamento visando destinar o chimpanzé Jimmy ao santuário do Projeto GAP, ONG afiliada à WSPA.
Em casos de suspeitas quanto ao nível de bem-estar animal de determinado zoológico, a WSPA orienta que seus apoiadores entrem em contato com o próprio estabelecimento, com a associação nacional de zoológicos ou, na falta de instituições desse tipo, com a agência nacional de turismo local.

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