segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ADOÇÃO NO REINO ANIMAL

21 de fevereiro de 2011 12h47 atualizado às 14h06



Filhote de guepardo foi adotado por uma fêmea dez dias depois de nascer em zoológico dos Estados Unidos . Foto: Mehgan Murphy/Smithsonian''''s National Zoo /BBC Brasil Fêmea de guepardo amamenta dois filhotes, um deles adotado dez dias depois de nascer em zoológico dos Estados Unidos
Foto: Mehgan Murphy/Smithsonian''''s National Zoo /BBC Brasil


Um filhote de guepardo africano que corria o risco de não sobreviver foi separado de sua mãe e adotado por outra fêmea dez dias depois de nascido no Instituto de Conservação Biológica Smithsonian, no Estado da Virgínia, nordeste dos Estados Unidos.
O macho foi o primeiro a nascer no centro americano e em cativeiro no país desde 2005. No entanto, ser filho único poderia significar a sua morte e por isso ele teve que ser separado da mãe, segundo a equipe do instituto.
Por causa das dificuldades em amamentar um só rebento, ao terem apenas um filhote as fêmeas que vivem na natureza geralmente deixam o filho morrer e tentam cruzar novamente para produzir uma ninhada maior, o que faz com que a taxa de mortalidade dos pequenos guepardos na África, seu habitat natural, seja de 70%. "Se tiver somente um filhote, a fêmea do guepardo não consegue produzir leite suficiente para alimentá-lo, e há um risco grande de ele morrer", disse Adrienne Crosier, bióloga da instituição.
Saudáveis
Depois do nascimento, os veterinários e pesquisadores do instituto decidiram criar o filhote durante 13 dias, longe de sua mãe, Amani, até que outra fêmea mais experiente, Zazi, desse à luz sua própria filhote, uma fêmea. Para garantir que os dois bebês sobreviveriam, a equipe colocou o filhote macho dentro do cativeiro de Zazi, para ver se ela criaria os dois. "Dentro de uma hora, estava amamentando os dois", disse Crosier.
Os dois filhotes estão saudáveis e serão examinados periodicamente para detectar possíveis doenças genéticas. Eles devem ficar com Zazi por mais um ano até serem transferidos para outros centros de criação no país.
Devido à pouca variedade em seus genomas, os guepardos são frequentemente vítimas de vírus e doenças genéticas. Por isso, são classificados como "vulneráveis" na lista de animais ameaçados da União Internacional para Conservação da Natureza. Os pesquisadores acreditam que há entre 7,5 mil e 10 mil guepardos no mundo, contra 100 mil no começo do século 20.
O procedimento fazer com que uma mãe guepardo "adote" um filhote não é simples e, segundo os biólogos do Instituto Smithsonian, poucas instituições americanas conseguiram. Nos últimos cinco anos, segundo a equipe do instituto, os nascimentos de guepardos em cativeiro diminuíram drasticamente, já que as fêmeas estão mais velhas e têm dificuldade para se reproduzir após os oito anos de idade. Menos de 18% da população de guepardos criada nos Estados Unidos já se reproduziu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário