segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CÃES IDOSOS

Entrevista: Cuidados com os velhinhos Entrevista Realizada pelo Petnotícias com Dr. Ryan Piera
 
- Quais são as fragilidades de cães idosos, especialmente de grandes raças?
Alguns cães de médias e grandes raças têm um potencial energético grande e são dotados de intensas exigências musculares além de alterações regidas por fatores genéticos. Por exemplo, o Labrador Retriever com temperamento intenso e predisposições a displasias.
Como o sistema articular e muscular são muito usados, sofrem maiores desgastes e requerem maiores atenções.
Em uma fase mais jovem esses animais podem e devem fazer exercícios para fortalecimento da musculatura, tomando sempre o cuidado com o tipo de exercício, adaptação de forma gradual, orientação por veterinário, adestrador ou profissional que trabalha com esse tipo de animais. O lugar dos exercícios é essencial para se ter um sucesso e não resultar em lesões, adequando-se o piso (grama, areia, cimento e em hipótese alguma chão liso ou piso frio).
A alimentação deve ser seguida com orientação de veterinários que indicará rações específicas para animais idosos (pode-se considerar idade acima de 7 e 8 anos) e adequá-las a quantidade de atividade física e necessidade energética. As boas rações são acrescidas de protetores de cartilagem e níveis de proteínas adequados para a idade.
A pele também requer atenção, principalmente animais com pele clara ou branca que com o passar dos anos apresentam uma maior probabilidade de apresentar tumores de pele. É importante sempre observar descamações de pele, formações de verruga ou nódulos que forem mais visíveis.
 
- Qual a alimentação certa para um animal idoso?
A alimentação é baseada considerando a mudança do metabolismo, onde o idoso deve ter acesso a alimentação de boa qualidade com proteínas de alta digestibilidade, e sugere-se dividir a quantidade de alimento em várias refeições diárias.
Se for o caso de haver mudança do tipo de alimentação ou de ração fazer isto de forma gradual por no mínimo 7 dias.
Nesta fase, apesar de muitos animais ainda estarem ativos, essa quantidade já é menor e a diminuição da atividade física faz com que as necessidades energéticas também diminuam para não causar sobrepeso, o que comprometeria ainda mais as articulações.
 
- Animais que praticam muitos exercícios, quando são idosos eles podem continuar? Quais são os exercícios permitidos e os proibidos?
Mesmo idosos qualquer que seja a raça de cães, pode continuar com os exercícios, respeitando sempre suas limitações. As caminhadas e passeios em parques devem ser freqüentes para não haver atrofia muscular, mas caso haja algum problema articular como artrite ou artrose que nesta fase pode acometer, estes passeios devem ser orientados pelo veterinário.
Alguns animais idosos não devem ou com alguma restrição participar de “Games” ou outros esportes que exigem muito do sistema músculo-esquelético. A natação, caso o animal já esteja acostumado, é um bom exemplo de atividade física sem impacto às articulações. Porém devemos ter cuidado com o mergulho, pois pode afetar o ouvido do cão, causando otite pela entrada de água no pavilhão auricular. Entendam que não é proibido, apenas deve-se ter o cuidado com a secagem do ouvido pós exercício.
 
- O que é proibido na vida de um animal idoso?
Não acho que tenha alguma proibição.
 
- Quais são os cuidados gerais que devemos ter com eles?
O envelhecimento não é uma doença, é apenas uma fase da vida em que ocorrem algumas mudanças fisiológicas, os cães também vão ficando velhinhos e devemos entender que eles também terão suas limitações, terão dificuldade de subir uma escada, ficarão ranzinzas, terão dificuldades de alimentação por falta de alguns dentes que vão caindo conforme a idade ou pelo aparecimento de doenças pereodontais (esta deve ser tratada pelo veterinário). Um animal com seus 10 anos pode necessitar de atenção especial.
 
MV MSc Ryan Elias Piera, é responsável pelo atendimento de neurologia e cirurgia do Cenrtro Veterinário Piera 24 horas . Graduado pela FMVZ-USP em 2000, mestre em Anatomia dos Animais Domésticos pela FMVZ-USP em 2005, pós-graduado em Neurologia Veterinária pela ANCLIVEPA-SP em 2009, associado a ABNV (Associação Brasileira de Neurologia Veterinária).
 
 

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