Estudo mostra que sons das baleias se assemelham aos de animais terrestres
04 de abril de 2011
Os sons que se ouvem debaixo de água não são, afinal, muito diferentes dos que se ouvem à superfície e alguns dos que são emitidos pelas baleias até parecem os de animais terrestres bem conhecidos.Esta é uma das curiosidades de um estudo conduzido pela bióloga marinha Mónica Silva que o Departamento de Oceanografia da Universidade dos Açores, em Portugal, está realizando com o recurso a hidrofones fixos colocados no fundo mar.
“É surpreendente perceber que os animais marinhos têm sons que são familiares ao ouvido humano, porque são semelhantes aos sons de animais terrestres”, afirmou a investigadora em declarações à Lusa, acrescentando que este fenômeno é “quase inexplicável”.
As gravações permanentes recolhidas através dos hidrofones permitiram perceber que há baleias que produzem sons semelhantes a rãs, aves marinhas ou até mesmo a vacas ou porcos, enquanto outras emitem sons parecidos com trombones ou apitos de grandes navios.
Esta curiosidade está, no entanto, longe de ser o objetivo principal do trabalho realizado pelos investigadores do DOP, que estão mais interessados em obter dados científicos a partir do que conseguem recolher.
Segundo Mônica Silva, o processamento de todos estes sons ajuda os cientistas a encontrar os padrões que lhes interessa estudar sobre os animais, nomeadamente quais os tipo de baleias que passam pelos Açores e quais os seus comportamentos.
“Queremos também perceber qual a importância dos Açores para a ecologia destas espécies”, frisou a investigadora, lembrando que nem todas as baleias emitem sons com a mesma finalidade.
Os golfinhos e os cachalotes, um dos cetáceos mais comum nos Açores, emitem sons para comunicar, mas também como meio de orientação no fundo do mar.
Os quatro aparelhos que o DOP colocou no fundo do mar em diferentes zonas do arquipélago, não recolhem apenas os sons das baleias, registam também os ruídos provocados pelas embarcações e até mesmo os sons causados por um sismo.
Com informações do Destak
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