sexta-feira, 22 de abril de 2011

IGUANAS VIA SEDEX


Iguanas via Sedex: tá virando mania

Sábado, 16 de abril de 2001, 13 horas. Durante a preparação para entrega de Sedex, funcionários dos Correios de São José do Rio Preto (SP) percebem algo estranho em uma pequena caixa. Ao verificarem por raios-X o conteúdo da encomenda que acabara de chegar de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, eles encontraram um filhote de . Inusitado, mas não incomum.
Dimas Marques | Fauna News
O fato foi noticiado em vários sites e jornais e inclusive foi alvo de pequenas matérias da edição de 18 de abril do Jornal Hoje, da Rede Globo, e do dia anterior no Jornal das 10, da Globo News (que começou a relatar o caso com a medíocre abertura “E agora uma história curiosa sobre a adaptação do animal em circunstâncias especiais.”).
Para a Polícia Militar Ambiental , o destinatário da encomenda negou ter feito tal pedido, mas acabou multado em R$ 1,5 mil e responderá inquérito por crime ambiental.
O iguana, com cerca de 15 centímetros e que viajou 2,7 mil quilômetros na caixa de papelão, seria levado ao zoológico da cidade para futuramente, se estiver em condições e toda a burocracia permitir (já que o animal dever ser levado ao seu bioma de origem), ser devolvido à natureza.
Deve-se lembrar que esse tipo de apreensão pelos Correios tem ocorrido com certa freqüência. Só para reavivar a memória, em 27 de setembro de 2010, dois iguanas foram encontrados em uma caixa de Sedex na agência da Vila Maria (bairro paulistano) dos Correios, prontos para serem despachados para Belo Horizonte. Os répteis estavam enrolados em gaze e fita adesiva dos próprios Correios. Em texto publicado pelo caderno Aliás de O Estado de S. Paulo (“Liberto os iguana!”), edição de 3 de outubro, Christian Carvalho Cruz lembra que a fita adesiva só pode ser manuseada por funcionários da estatal de entrega de encomendas e cartas.
Como pode um funcionário dos Correios despachar tal encomenda? Falta de informação ou má-fé mesmo?
Como sempre acontece, quando a Polícia chega no endereço onde a encomenda deveria ser entregue, ninguém assume ter feito tal pedido.
Em matéria publicada no jornal carioca Extra (“Tráfico de animais recorre com frequência ao Sedex e manda de tartaruga a cobra”), de 28 de setembro de 2010, que abordou o caso dos dois iguanas, há o seguinte destaque:
”Há quase um ano, em outubro de 2009, a Polícia Militar aprendeu oito iguanas e uma tartaruga igualmente em uma caixa de Sedex em São Paulo. Dos oito répteis, um já não tinha resistido às condições. Todos os animais sobreviventes, inclusive a tartaruga, foram para o Parque Ecológico do Tietê.”
No site do Zoológico de São Paulo, a bióloga Cybele Sabino Lisboa destaca um dos problemas relacionados à compra de iguanas:
“A popularidade do sinimbú fez com que ele fosse visto por muitos como um animal de estimação, sendo comum as pessoas o adquirirem. Infelizmente, muitos acabam sendo abandonados tanto em instituições como em um meio natural do qual não fazem parte. Isso acontece porque a maioria das pessoas não faz idéia de que o pequeno lagarto verde que comprou se tornará um grande lagarto, que pode alcançar cerca de 1,75m, sendo que dois terços correspondem a cauda, e peso entre 4,5 e 6,8Kg. “
As  desse tipo de tráfico são pequenos répteis (iguanas, cobras e tartarugas, insetos e peixes. Muitos desses animais acabam criados como animais de estimação, mas há também a biopirataria, em que cobras, escorpiões, aranhas e tanto outros animais têm valor por causa das substâncias que produzem (o popular veneno), utilizadas como matéria-prima em laboratórios de medicamentos.
Assista à reportagem da Globo News:
Via | Imagem: Ilustração/Divulgação

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