sexta-feira, 20 de maio de 2011

ANIMAIS VÍTIMAS DAS ENCHENTES PODEM PERDER ABRIGOS

Animais em abrigos podem ser despejados em Teresópolis (RJ)

19 de maio de 2011

Contrato de locação de galpões no bairro do Meudon onde cães estão vencendo no mês de junho
Por conta da falta de recursos e de um local adequado, que não precise ser pago, os animais resgatados de áreas afetadas pelas chuvas de 12 de janeiro pela ONG Estimação correm o risco de serem despejados do galpão localizado no Meudon. O contrato de locação do abrigo vai terminar no dia 10 de junho, prazo final para que todos os animais sejam adotados ou para que a prefeitura determine um local para os bichinhos. Cerca de 170 animais ainda estão abrigados, nos dois galpões da ONG.
Bebete Filpi presidente da ONG Estimação explicou a atual situação dos animais que estão no abrigo: “O contrato de locação desse galpão vai ser encerrado no dia 10 de junho. Nós temos ainda 80 cães no galpão do Meudon que não tem para onde ser levados. No galpão de Albuquerque o contrato vence no dia 10 de julho, lá são quase 90 cães. A única solução é a adoção destes animais, ou um outro lugar para colocá-los até que eles sejam adotados”.
As feiras de adoção com os animais resgatados na tragédia estão sendo realizadas no Rio de Janeiro e estão tendo um grande sucesso, de acordo com Bebete. “Nós estamos fazendo as adoções com o apoio da prefeitura do Rio que nos cedeu um espaço no Jardim de Alá, com o apoio da mídia local e com o apoio das Pet Shops da Zona Sul do Rio. Na última feira, nós levamos 22 animais que foram super bem doados no Projeto Solidariedade Região Serrana”, disse. Mesmo com essa estrutura fornecida pela prefeitura do município do Rio de Janeiro, Bebete afirma que o grande complicador hoje, é o transporte para levar os animais para a capital para que sejam adotados na feira. De acordo com ela, o custo para levar cinco cães é de quase R$ 400 por cada Táxi Dog que transporta estes bichinhos.
Ela afirma ainda que está ficando sem alternativas, tanto logísticas, quanto financeiras para cuidar dos animais, e que vai tomar atitudes mais extremas. “Tem que ter alguma solução, porque se eu não conseguir resolver esse problema até o dia 10, eu vou levar os animais para a porta da prefeitura, deixar lá e chamar a mídia para mostrar que os animais precisam de um lar. São animais ainda das enchentes. Este foi o maior resgate de bichos em catástrofe no mundo”, ressaltou. Segundo a ONG Estimação, foram resgatados, entre os dias 12 de janeiro e 16 de março, 1.226 cães adultos, fora os gatos, os filhotes, animais de outras espécies, fora os que não foram registrados e foram direto para o Rio direto para serem adotados.
Ela ressalta que o trabalho feito pela organização, além de um ato de amor, foi uma ação de utilidade pública: “Seria um caos em termos de saúde pública se houvesse uma migração de 1.200 cães para as áreas urbanas. Existem muitos animais abandonados na cidade, que provavelmente vieram das áreas afetadas, e agora a gente precisa de uma solução, porque além de tudo, o abandono desses animais configura crime ambiental. Nós salvamos a vida deles, e agora não temos onde colocá-los”.
Bebete disse que a prefeitura não dá uma posição definitiva sobre o assunto. “Eu já procurei a prefeitura, expus o problema e estou aguardando uma resposta para saber sobre um local para colocar esses animais para que todos sejam doados”, lembrou.
A situação é grave, pois faltam menos de 30 dias para o vencimento do contrato de locação do abrigo do Meudon, e pouco mais de 40 dias para o vencimento do contrato no abrigo de Albuquerque. Caso um local não seja encontrado, os quase 200 animais vão ser literalmente despejados e não terão onde viver dignamente. Quem quiser adotar, pode procurar informações no endereço www.ongestimacao.org. Os animais estão todos castrados e vermifugados, e estão em perfeitas condições de saúde, somente esperando um novo lar, onde possa ter estrutura veterinária, de alimentação e muito carinho.
Fonte: O Diário

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