sexta-feira, 8 de abril de 2011

POR UMA POLÍTICA DE CONTROLE POPULACIONAL MUNDIAL DOS CÃES

A WSPA e a FAO exigem a criação de órgão destinado à população canina mundial

Apr 8, 2011
Um programa de vacinação eficiente erradicaria qualquer suspeita de risco à saúde pública.
Especialistas em gerenciamento de populações de cães exigem a instauração de um fórum técnico para sanar a falta de informação sobre o tema e dar início a uma política de conscientização sobre a população canina mundial.    
A proposta foi feita por membros do grupo de especialistas durante uma reunião recente sobre o tratamento de populações caninas em Banna, Itália, promovida pela WSPA, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela organização italiana Istituto G. Caporale Teramo, com o apoio técnico da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O evento contou com a participação de especialistas de todo o mundo em diversas disciplinas, e abordou os desafios no tratamento da população canina, tanto doméstica quanto de rua, sob um prisma global. 
Diferentes participantes de instituições acadêmicas, autoridades governamentais, entidades não-governamentais, instituições de saúde pública e organismos intergovernamentais concordaram sobre a necessidade da criação de um fórum técnico sobre o tratamento de populações de cães. Essa entidade será coordenada pela FAO, e estará aberta à participação de todos os membros relevantes no cenário mundial de tratamento canino.
“A criação de um corpo técnico, que seja capaz de fornecer um aconselhamento sobre questões referentes ao tratamento de populações caninas em todo o mundo, é uma iniciativa muito necessária”, diz Elly Hibi, Consultora Científica da WSPA. “Também esperamos que esse órgão venha incrementar a integração do bem-estar animal às políticas de controle de populações caninas, protegendo-as, em âmbito global, contra o extermínio maciço.”

População canina mundial cada vez mais numerosa

A necessidade de criação de tal órgão se mostra ainda mais necessária à medida que os cães se tornam mais populares como animais de estimação, e mais numerosos em termos globais. Atualmente, há uma estimativa de 500 milhões de cães em todo o mundo, enquanto cresce o interesse por esses animais nos países em desenvolvimento. Entre 2003 e 2007, por exemplo, o Vietnã teve um aumento de 47% na criação de cães.
A exigência de uma melhoria no tratamento da população canina se deve à necessidade de proporcionar bem-estar aos animais, e, simultaneamente, de reduzir os riscos que os cães possam oferecer à saúde e à segurança das pessoas, diante dos perigos de mordidas e da transmissão de zoonoses.
Para alcançar essa meta, é necessário tratar de toda a população, e não apenas os animais de rua, que costumam ser a única parcela da população canina levada em consideração nas políticas de tratamento de cães. Segundo os membros do grupo, é também indispensável integrar o tratamento das populações de cães a uma estratégia global e abrangente de saúde pública.
“Durante esse encontro, observamos um elo particularmente estreito entre o bem-estar animal e o humano. Há uma aceitação cada vez maior da noção de que o sofrimento animal não é um custo necessário para alcance de benefícios para as pessoas”, diz Hiby. “Como vimos em nosso trabalho em todo o mundo, assim que conseguirmos envolver as comunidades, por intermédio de uma comunicação clara e de educação onde se mostrar necessário, as pessoas irão optar invariavelmente por alternativas humanas e sustentáveis, e não por métodos de controle que causem sofrimento aos animais.”

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